Depois do ex-presidente Lula, delegado e procurador miram em outros político
Após a prisão do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, condenado na Lava Jato, investigadores ligados à
operação dizem que os próximos passos devem ser o aprofundamento das apurações
contra líderes de outros partidos, assim como a aprovação de mudanças na
legislação penal e o fim do foro privilegiado.
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Rafael Arbex/ Estadão
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O delegado da Polícia Federal
Milton Fornazari Júnior, responsável pela Delegacia de Repressão a Corrupção e
Crimes Financeiros em São Paulo (Delecor), afirmou em uma rede social que
“agora é hora de serem investigados, processados e presos os outros líderes de
viés ideológico diverso, que se beneficiaram dos mesmos esquemas ilícitos que
sempre existiram no Brasil (Temer, Alckmin, Aécio etc).”
O jornal Estadão procurou no
sábado as assessorias do presidente Michel Temer (MDB), do ex-governador
Geraldo Alckmin (PSDB) e do senador Aécio Neves (PSDB-MG), mas até a noite
deste domingo, 8, nenhuma delas se havia manifestado.
Temer foi denunciado duas vezes e
é investigado em um inquérito pela Procuradoria-Geral da República. Aécio foi
denunciado e é investigado na Lava Jato. Alckmin é investigado em inquérito por
caixa 2 no Superior Tribunal de Justiça (STJ) em razão da delação da Odebrecht.
O texto de Fornazari foi
publicado no sábado, 7, no momento em que Lula era levado pela PF para Curitiba
(PR). A um amigo que lhe perguntou se podia compartilhar, ele respondeu: “Fique
à vontade”.
Neste domingo, 8, porém, o
policial o retirou do ar. E publicou novo texto: “Para você que gosta de me
monitorar aqui, não adianta se articular, vamos continuar prendendo os
corruptos de todos os gêneros”.
Ele conclui afirmando que se as
investigações futuras do órgão chegarem aos outros líderes políticos que ele
enumerou “teremos realmente evoluído muito como civilização”. “Se não acontecer
e só Lula ficar preso, infelizmente, tudo poderá entrar para a história como
uma perseguição política.”
MPF. Neste domingo, foi a vez do
procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima, da força-tarefa da
Lava Jato em Curitiba, desmentir a acusação de “seletividade” da Lava Jato
feita por petistas. Ele comentou uma reportagem de O Globo que mostrava
investigações que envolviam além de Lula e o ex-governador do Rio Sérgio Cabral
(MDB), Temer e Aécio. “Mas ainda é preciso fazer mais por todo o Brasil. Lute
pelo fim do foro privilegiado, de mudanças nas leis penais e no fortalecimento
da democracia.”
Para a presidente do Sindicato
dos Delegados Federais de São Paulo, Tânia Prado, a prisão de Lula cria
condições para o fortalecimento do papel da PF. “Vemos uma investigação que
começou há quatro anos dar resultado.” Para ela, fica “evidente” pelas
investigações feitas até agora que a PF não tem partido e que investiga
independentemente da ideologia do acusado.
Para a presidente do Sindicato
dos Delegados Federais de São Paulo, Tânia Prado, a prisão de Lula cria
condições para o fortalecimento do papel da PF. “Vemos uma investigação que
começou há quatro anos dar resultado.” Para ela, fica “evidente” pelas
investigações feitas até agora que a PF não tem partido e que investiga
independentemente da ideologia do acusado.
Após a prisão de Lula, a
Associação Nacional de Delegados Federais publicou uma nota na qual dizia que a
PF “não tem cor, nem partido – tem missão! E exerce seu papel independentemente
de quem seja o investigado, com equilíbrio, moderação e responsabilidade”.
Estadão
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