Nordeste é alvo de discriminação e ataques nas redes sociais
O Nordeste impediu a vitória de
Jair Bolsonaro (PSL) no domingo, levando a disputa presidencial para o segundo
turno, no dia 28, contra Fernando Haddad (PT). Após o fim da apuração da urnas,
a região virou alvo de mensagens preconceituosas nas redes sociais, com
comparações pejorativas com a Venezuela, país mergulhado em uma profunda crise
econômica. Ontem, Dia do Nordestino, houve o troco: choveram postagens em
defesa da região. Em um deles, uma ilustração do famoso bando de cangaceiros de
Lampião e Maria Bonita difundia a campanha virtual "Nordestinos contra
Bolsonaro. Aqui ele não Passa".
"São reações normais diante
desse fenômeno antipetista, dos eleitores do Bolsonaro. Não é um fenômeno novo,
isso também se viu na eleição da Dilma onde se falava que o Bolsa Família, por
exemplo, era uma espécie de 'compra' de votos", avaliou o cientista
político Adriano Oliveira.
A difusão do preconceito pode ter
consequências graves. "Qualquer que seja o eleito, se não souber atuar
diante da crise pela qual o País está passando, pode haver um agravamento e
resultar em uma convulsão social", alertou.
A xenofobia, no caso dos
nordestinos, é uma forma de racismo e fere a Constituição. "Todas as
formas de desrespeito e abuso, sejam elas sutis ou evidentes, presencialmente
ou através de redes sociais, e o culpado deve ser responsabilizado", disse
o advogado Deodato Ramalho, da Comissão de Direitos Humanos da OAB.
Diário do Nordeste
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